Você conhecerá as botinas Garotti ou, se já conhece, verá novos modelos, lançados com o mesmo padrão de qualidade que acompanha o produto desde quando Romano Garotti imigrou da Itália e se estabeleceu em Jardinópolis com sua pequena sapataria, no mesmo ano em que essa cidade se emancipava, em 1898. Daí pra cá, de pai pra filho, o produto foi sendo desenvolvido, sem perder suas origens de fabricação artesanal e utilização de matéria prima da melhor qualidade.
 
Na segunda metade do século XIX, as disputas territoriais com os vizinhos, França e Áustria, associadas aos conflitos internos de unificação das cidades/estados, enfraqueceram a economia italiana resultando em pobreza e desemprego, criando na mente dos italianos pobres o sonho da América. Na América do Sul, a Argentina e o Brasil.
 
Nesse período no Brasil cresciam as preocupações com as lavouras, notadamente do café, totalmente dependentes do trabalho escravo. Mesmo antes da abolição da escravatura em 1888, a Província de São Paulo estabeleceu sua própria política de imigração. Os fazendeiros paulistas uniram-se e fundaram, em 1886, a Sociedade Promotora de Imigração, que se tornou responsável, juntamente com o governo provincial, pela definição política da imigração de São Paulo.
 
Em 1898, Romano Garotti, que na Itália era especialista em fazer calçados para portadores de pés defeituosos, sem saber que futuro o aguardava, nem mesmo das míseras condições dos porões dos navios, alguns mercantes e antes usados para tráfico de escravos, vendeu o pouco que tinha e se juntou a leva de emigrantes com sua família e se tornou o primeiro sapateiro de Jardinópolis.
 
Esse foi o embrião e o resto é de conhecimento dos numerosos fregueses e amigos. Hoje, o neto e o bisneto de Romano, são os maiores produtores do Brasil das insubstituíveis botinas de Vira-Francesa com o solado costurado a mão.
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